Príncipes encantados

Era uma vez um monte de princesas serelepes. Elas viviam felizes cantarolando pros passarinhos e sonhando acordadas. Até que um dia elas começaram a ser muito criticadas. Às vezes por se apaixonarem rápido demais, às vezes por se casarem com o primeiro que lhes deu um beijo, às vezes apenas por quererem se casar. Mas peraí: antes da gente julgar as pobres princesas a gente precisa analisar a realidade delas (esse exercício de se colocar no lugar do outro serve pra tudo, não é impressionante?).

É verdade que se casar com alguém só porque ele te tirou de uma torre ou devolveu seu sapato de cristal é um pouco apressado no mundo real. É bom conhecer a pessoa de verdade e não apenas ter sonhado com ela. Ou mesmo saber que dá pra viver muito bem sozinha e que ninguém precisa de príncipe nenhum. MAAAS…

Será que elas tem toda essa culpa mesmo? Como é essa realidade dos contos de fada e a vida de todo mundo lá? Por exemplo, falamos muito das princesas, mas… E os tais príncipes?

 

Escolhemos alguns dos mais famosos pra gente ver.

 

 

 

O príncipe (Florian)

O príncipe estava andando a cavalo. Ouviu alguém cantando pra um poço. Se apaixonou e começou a cantar junto. Quem em sã consciência se apaixona por um canto? Isso é Branca de neve e não A pequena sereia. Depois ele ficou tão fixado que ficou procurando por ela loucamente, até encontra-lá morta. E o que ele faz? A BEIJA! Querer casar no dia seguinte é fichinha pra esse amor arrebatador que fez um príncipe se apaixonar por uma louca que cantava num poço a ponto de ir beijar um defunto!

 

 

 

 

Príncipe Encantado

O príncipe encantado (depois nomeado de Henry), estava sendo obrigado a casar. Quase uma Merida, pra se dizer o mínimo. Só que a competição que as mocinhas tinham que enfrentar era a da fortuna da família. Rebelde como ele, se apaixonou por uma desconhecida. SE APAIXONOU. Num baile. Até tenho amigos assim, mas vamos dizer que é um pouco de “entrega demais”, né? Não contente com isso, fez o stalker e saiu atrás da mocinha com um sapato na mão enfiando nos pés de todas as mulheres da redondeza. Isso tudo por causa de uma noite. Por fim, ele arriscou toda sua herança por causa de uma dança.

 

 

 

 

Príncipe Phillip

O príncipe Phillip praticamente reúne todas essas loucuras dos príncipes anteriores e um pouco mais. Ele foi prometido (ainda criança) sem poder escolher a noiva. Ele se apaixona por uma cantoria. Ele beija uma semi-morta. Mas príncipe Phillip é tão mais apaixonado (apenas por causa de uma música) que ele arrisca a própria vida por uma garota que ele mal conheceu. Ariel continua perdendo no quesito “canto da sereia”.

 

 

 

 

 

Príncipe Eric

Príncipe Eric está todo trabalhado na pressão pra casar. Príncipe Eric é salvo por Ariel e se apaixona pela sua voz. Príncipe Eric sai procurando por todo canto a garota por quem se apaixonou. Talvez a Disney seja um pouco repetitiva, né? Mas pelo menos aqui é o príncipe que é salvo pela princesa. De qualquer forma, mais uma vez foi o príncipe que
bancou o apaixonadinho e sai correndo atrás de quem
mal conhece se metendo em altas confusões.

 

 

 

 

A Fera

A Fera, ou Príncipe Adam, é um mimadinho chato. Até aí tudo bem. Mas depois de muito tempo sofrendo trancado num castelo não demora nem dois dias e três sinais de gentileza para que ele se apaixone. Se era assim tão fácil não precisava ter demorado tanto tempo, né. Até porque tem muita gente que trata bestas bem por aí logo de cara, nem precisava ter levado uns foras da Bela.

 

 

 

 

 

Aladdin

Aladdin conseguiu uma f*cking lâmpada mágica. Ele podia pedir qualquer coisa. Mas foi atrás de quê? Mulher. E nem venham dizer que foi interesse porque quando ele conheceu ela não sabia da riqueza. Ele foi só mais uma vítima do “amor à primeira vista”, coisa bastante corriqueira com TODO MUNDO no universo Disney. Sacrificou 3 desejos pra ir atrás de mulher que acabou de conhecer. Novidade.

 

 

 

 

 

 

John Smith

Como vemos, as contrapartes masculinas das princesas começaram a ter seu papel aumentado nos filmes. John Smith aparece bastante. O que só serve par anos mostrar como ele é bobo e precisa aprender com Pocahontas. E não esqueçamos: John Smith não é um príncipe, na verdade. Ele seria se casasse com Pocahontas, já que ela sim era o equivalente a uma princesa. Levando em conta que Pocahontas abre os olhos de John Smith e mostra pra ele coisas que ele nunca percebeu, talvez ele seja o único que tenha um motivo justo para se apaixonar. E eles não acabam juntos… (ao menos não no primeiro filme).

 

 

 

 

Capitão Li Shang

Capitão Li Shang é uma pessoa bem confusa. Não sabe distinguir muito bem homem e mulher, nem mesmo seus sentimentos. Sem julgamentos, claro. A gente se apaixona pela pessoa e não pelo gênero. Mas pelo menos saber se você gosta de alguém você sabe, né? Fora isso, fica no ar se Li Shang se apaixona porque teve sua vida salva heroicamente. Alguns diriam que este é um hábito de princesas…

 

 

 

 

Príncipe Naveen

Naveen é uma mistura de Príncipe Adam com John Smith. Um príncipe metido que descobre com seu par romântico o que vale a pena na vida. Por isso também tem uma história de amor mais convincente, já que se desenvolve ao longo do filme e não acontece num passe de mágica… Se bem que virar um sapo talvez possa ser considerado um passe de mágica, né?

 

 

 

 

 

E o felizes para sempre?

 

É claro que isso aqui é apenas uma brincadeira e esse post não é para dizer que reclamações sobre as princesas são mimimi, já que o machismo existe e muitas coisas dessas histórias foram feitas em cima disso (mas graças a Deus estão mudando) e de pensamentos antigos. Apenas quis mostrar que conto de fadas é conto de fadas, e na vida real temos que levar as coisas de forma diferente. Deixe as crianças sonharem, mas ensine a elas a realidade. Além disso, princesas ou príncipes, o importante é cada um ter a liberdade de levar a vida do jeito que quiser e não ser julgado por isso. É possível ser uma princesa poderosa e mostrar um novo mundo pro seu príncipe, é possível ser um príncipe e ser resgatado pela sua princesa e é possível também ser uma pessoa que não quer ou não tem nem príncipe nem princesa e vive muito bem assim.

 

Ilustrações do post de Jirka Vinse Jonatan Väätäinen

Post Author: Marcio Oliveira

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