Eu não quero vencer na vida, eu quero viver

O título desse post é uma frase do Eduardo Marinho, artista plástico e… Bem, difícil encontrar um rótulo pra definir o cara que descobri vendo esse vídeo aqui:

httpssss://www.youtube.com/watch?v=I7arqW5luKc&

A história dele é a seguinte: nascido em uma família com boa condição financeira, desde pequeno achava estranho o fato de ter acesso a um mundo de coisas que pessoas menos abastadas não tinham: roupas, tênis, estudo, instrução… Ficava incomodado também com a diferença de tratamento que recebia dessas pessoas mais humildes: não se dirigiam a ele como um igual, mas sim com certa reverência. Percebendo isso e não conseguindo abordar o assunto com a família e os amigos, cresceu sem se sentir parte do meio em que vivia.

Ainda assim, tentou atender às expectativas da família, primeiro trabalhando em um banco, depois se alistando no serviço militar. A parte desse documentário em que ele descreve como foi a sua experiência nas forças armadas é uma das mais bacanas. Ele conta como usam a psicologia do inconsciente pra destruir e reconstruir as pessoas lá dentro e como elas desenvolvem facilmente o ódio dentro de si, se mostrando intolerantes a qualquer pensamento diferente do que aprendem lá.

Vendo que não ia rolar seguir carreira no exército, decidiu fazer Direito (ainda naquela de agradar os pais). A época de faculdade e outras experiências ele conta nessa palestra:

httpssss://www.youtube.com/watch?v=vC0aA9hgHwI

No início ficou encantado, porque viu explicações pra muitas de suas questões: o porquê da miséria, quem domina o mundo, como a política é influenciada pelo poder econômico… Em pouco tempo, no entanto, viu que a coisa não saía do blá blá blá e que pouco ou nada se fazia pra mudar o que estudavam ali. Foi quando percebeu que a sua realidade não trazia contentamento, pelo contrário. Viu que, no seu meio, a alegria de uns era construída em cima da tristeza de outros. Foi quando decidiu que sua vida não ia ser uma competição, e que ele não queria vencer na vida: queria viver. Seu pai não aceitou sua escolha e, na última conversa antes de romperem relações, perguntou se ele não tinha nenhuma ambição. Eduardo respondeu: “Eu sou ambicioso de uma forma que ninguém pode conceber. Porque dinheiro, conforto, estabilidade, luxo, pra mim é pouco, eu quero mais. Eu quero tudo que eu puder levar”.

Depois de deixar o conforto de casa, morou na rua, pediu comida, viajou o Brasil de carona, começou a trabalhar como artista plástico (o desenho aí em cima do post é dele). E hoje coleciona experiências e histórias que fizeram dele essa figura tão cativante. Numa de suas conversas, ele fala de como somos condicionados desde pequenos a achar que existe a hora de trabalhar e a hora do lazer, sendo que as duas coisas não se misturam. A criança vai se divertir na hora do recreio; o adulto, nos fins de semana. Acabamos programados pra detestar nosso trabalho, deixando pra “viver” nas horas vagas. Até o nosso prazer é controlado.

Merece uma reflexão, né non? Além de vários vídeos no YouTube, ele tem também o blog Observar e absorver, que traz muitas de suas ideias… Elas são um bom exercício de desconstrução, autoanálise e, quem sabe, ponto de partida pra um estilo de vida um pouco diferente!

Post Author: Layllis

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