Copiaram “Me chame pelo seu nome” e eu posso provar

É pessoal, 2 anos se passaram após o lançamento de “Me chame pelo seu nome” e é claro que já estava na hora de alguém querer copiá-lo. Essa hora chegou, mas chegou muito mesmo, com o filme “Retrato de uma jovem em chamas”. Dirigido por Céline Sciamma, o filme francês é lindo, tocante, sensível e…. uma cópia do nosso amado CMBYN (Call me by your name).

Esse post vai ser repleto de spoilers já que mostrarei cena a cena como os filmes são, hummm, digamos, IGUAIS???

Então só fica aqui se você já viu as 2 obras combinado?

Bom vamos lá… isso vai ser divertido…

O filme começa com a jovem Marianne chegando em uma linda casa no interior da França. Te lembra alguma coisa? Até aí só trocou Itália por França… ah não podemos ignorar que ela está vestida com roupas de época então ok, mudou a época também, agora estamos no século 18 enquanto CMBYN se passa em 1983.

Após um tempo na casa, as jovens começam a se conhecer, sair pra passear e aí entramos no território onde começamos a encontrar cenas praticamente copiadas de CMBYN. Não só as cenas como todo o roteiro vai seguindo pelo mesmo caminho, e até pequenos detalhes que fazem a história se desenrolar também são idênticos. Vejamos:

 

Ambos os casais se aproximam e começam a ser amigos saindo pra nadar, ou passear na praia/lago.

 

Também se interessam muito por música e tem a MESMA cena no piano, em que um pede para o outro tocar… e o outro toca.

 

Quando a paixonite já está chegando no auge, rola aquela ajudinha da mãe/sogra. É quando presenciamos O MESMO DIÁLOGO: “Ele gosta de você. Como você sabe? Ele me disse”. Só trocar Ele por Ela.

 

Poxa parece que alguém não apareceu para o jantar nos 2 filmes, e o lugar vazio foi observado com um olhar nostálgico.

 

Também acontece uma contação de história a luz de velas, que remete exatamente a situação que a personagem está vivendo no momento. Coincidência?

 

Finalmente o primeiro beijo e com ele começam as inseguranças. Os 2 personagens que foram beijados saem de perto / pedem para parar, pois não querem continuar com aquilo.

 

E assim como em CMBYN também temos uma personagem que tem mais sorte por ter uma família menos conservadora, enquanto a outra sofre com as obrigações impostas pela sociedade.

 

Depois que resolvem finalmente se entregar à paixão e começam a não se desgrudar, é chegado aquele momento de confessar em que ponto se apaixonaram. E também pensar em todo o tempo perdido enquanto não assumiam a paixão. “We wasted so many days…”

 

A despedida se aproxima e com ela vem o desespero e o choro emocionado.

 

Mas quando estiver triste é só olhar pra lareira que melhora. Ou não.

 

Hora da partida! Mas não deixe de dar aquela última olhada pra trás e guardar uma última imagem do seu amado / da sua amada.

 

E se restava alguma incerteza que tudo isso não passou de uma cópia de CMBYN, a cena final não deixa dúvida: um choro dolorido que começa devagar, enquanto temos apenas uma bela música tocando, e a personagem vai se emocionando aos poucos, ficando mais e mais triste, ao mesmo tempo que lembra de cenas felizes e dá umas risadinhas. Adèle Haenel não é nenhum Thimothée Chalamet mas passa a mensagem.

 

É amigos da Destilos, me parece que estamos diante de um filme que homenageou CMBYN um pouquinho demais não é? Isso faz de “Retrato de uma garota em chamas” um filme ruim? É claro que não, o filme é maravilhoso, até porque se você copia um roteiro ganhador do Oscar fica difícil errar. Além disso a obra tem uma temática extremamente necessária para nosso momento atual. Mas a falta de originalidade afetou o longa, que além de tudo não conseguiu trazer as mesmas emoções profundas de CMBYN, mesmo copiando cenas de forma quase idêntica. O charme de CMBYN ninguém tem, e é exatamente isso que Retrato de uma garota em chamas deveria ter buscado. Se apoiar nos elementos que fazem de seu filme um filme único:

 

Esse jogo de cartas fofíssimo…

 

Essa festa com uma música MARAVILHOSA cantada a capella, de arrepiar…

 

Essa cena extremamente linda e poética…

 

Essa fotografia maravilhosa…

 

E essa também que parece uma pintura renascentista…

 

E por fim a mensagem escondida no quadro… ah isso foi uma bela sacada.

 

Por essas e outras o filme “Retrato de uma garota em chamas” merece sim ser visto e elogiado. Mas infelizmente as comparações com CMBYN são inevitáveis.

E vocês, também acharam os 2 filmes irmãos gêmeos?? Conta pra gente!

 

Post Author: Ana Campos

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