Seje menas

Tem uma coisa que me incomoda muito: a quantidade de lixo que nós, serumaninhos, produzimos. Vamos almoçar no shopping e usamos pratos e talheres de plástico, sachês de molho, copos, canudos, guardanapos descartáveis (que por sua vez vêm em embalagens de plástico). Depois fazemos umas comprinhas e saímos com uma sacola de cada loja. Mais a notinha do cartão de crédito. Em casa resolvemos comprar mais alguma coisa na internet, que vai vir embalada e protegida com plástico-bolha ou isopor, e por aí vai. No fim do dia você já tem uma considerável pilha de porcarias pra chamar de sua.

Agora multiplique-se por bilhões de pessoas com hábitos parecidos e já dá pra imaginar as montanhas de sujeira que a gente anda despejando por aí, né? As ilhas de lixo nos oceanos são um bom exemplo desse estrago. Existem duas gigantescas flutuando no Pacífico que concentram 10 milhões de toneladas de detritos e podem ser duas vezes maiores que os Estados Unidos o.O Fora o que tá espalhado pelo resto do mundo.

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Tá certo que o capitalismo precisa que a gente consuma sem parar pra se manter como sistema e, vamos admitir, as empresas sabem fazer isso direitinho. Por que temos um prazer enorme ao comprar coisas novas e, depois de pouco tempo, começamos a achar que precisamos trocá-las? Nem sempre elas estão com defeito, no caso de aparelhos eletrônicos; ou gastas, no caso de roupas… Mas simplesmente precisamos! Não dá pra ficar fora de moda, não é mesmo?

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Só com suas artimanhas publicitárias, as corporações já conseguem levar muita gente ao consumo desenfreado. Mas existem uns teimosos que elas têm um pouco mais de dificuldade de levar na lábia. Sabendo que não vão conseguir convencer todo mundo a trocar de celular, por exemplo, só porque o novo modelo tem uma gracinha que o antigo não tinha, elas tem que jogar mais sujo. Aí entra a genial ideia da obsolescência programada, que basicamente é aquela de “se não faz por bem, vai fazer por mal”.

A empresa que produz seu telefone tem tecnologia pra fazê-lo durar vários anos, mas ela vai fabricá-lo de forma a fazê-lo durar só 2. Vão começar a aparecer umas incompatibilidades de software, problema de falta de memória, os aplicativos não vão mais rodar direito, a bateria vai torrar rapidinho e, claro, o valor do conserto não será muito mais baixo do que um aparelho novinho em folha, lindo e cheio de pirotecnias que você vai poder exibir pros amigos.

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Eu mesma acabei de ser “vítima” dessa prática: troquei meu celular em 2015 e, desde o ano passado, ele vinha pedindo uma atualização de software, que eu não tava afim de fazer. Há umas duas semanas resolvi dar o braço a torcer e atualizei o bichinho; achei estranho porque a atualização não levou nem 30 segundos e terminou sem deixar nenhuma mensagem de conclusão.

Poucos dias depois, o touch do aparelho começou a dar zica: primeiro parou de funcionar a parte de cima, depois o meio, e agora já está bem difícil de mexer. Fui pesquisar na internet e tem uma galera reclamando desse mesmo defeito depois que atualizaram esse mesmo modelo. Tem até petição pública pedindo recall do aparelho. Vai me dizer que não rolou uma obsolescência programada forte na parada?

Teorias conspiratórias à parte, sabemos que somos parte desse sistema e é muito difícil sair dele, mas talvez um pouco de reflexão sobre o tema faça a gente mudar alguns hábitos e frear um pouco o ritmo de autodestruição a que estamos submetendo o planeta. É aquela história de se saber marionete, mas enxergar suas cordas… E quem sabe cortar uma ou duas delas 😉

Post Author: Layllis

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