E aí pessoal, hoje venho trazer várias diquinhas para facilitar sua viagem para a Itália num quesito muito importante: transporte. Seja de trem, ônibus, ou carro, você com certeza vai precisar rodar muito se quiser conhecer tudo de maravilhoso que a Itália tem pra oferecer. E como algumas coisas lá funcionam diferente do Brasil, é sempre bom já chegar sabendo o que vai encontrar. Não é nada que não dê pra aprender na hora, mas chegar sabendo ajuda bastante, e eu gostaria de ter lido essas dicas antes da minha viagem!
Vamos primeiro às dicas de carro
Se você pretende viajar pela Toscana, facilita muito alugar um carrinho. Existe a possibilidade de fazer tudo de transporte público, como você pode ver nesse post aqui. Mas o carro te dá mais mobilidade e rapidez para ir de uma cidade pra outra, além de ser uma delícia dirigir por essas estradinhas fofas. Muitos sites de viagem já tem roteiros prontos para o passeio de carro, como esse aqui. Mas eu quero falar sobre a parte prática: alugar, abastecer, pagar pedágios e estacionar.
Aluguel de carro ou “noleggio auto”:
Fiz todas as minhas reservas de carro pela Rental Cars. Existe a possibilidade de alugar o carro em uma cidade e devolver em outra, pagando uma taxa que varia muito de uma empresa pra outra. Se você usar a Rental Cars fique ligado no pequeno valor que aparece abaixo do preço do aluguel: essa é a taxa de devolução em outra cidade. Muitas vezes, o filtro te mostra primeiro a empresa que está com o melhor valor de diária, mas a taxa de devolução é caríssima. Então vá olhando todas as empresas com calma, pois mesmo as que tem o valor das diárias mais caras podem ter a taxa de devolução bem mais barata!
Além disso, preste atenção nos locais de retirada e devolução dos carros. A Rental Cars tende a selecionar primeiro os aeroportos. Se você já estiver hospedado no centro das cidades, muitas vezes fica muito longe dos aeroportos. Em algumas cidades o aeroporto está a 60km de distância do centro! Então depois de escolher a empresa com melhor preço de diária + taxa de devolução, abra o Google maps e procure se existe outra filial da empresa no centro da cidade. Em Roma, por exemplo, praticamente todas as empresas de aluguel tem filial no estacionamento ao lado da estação Termini. É um estacionamento MEGA LOTADO e o 5º andar dele é todo da Avis/Budget que foi onde aluguei o meu carro. Mas é melhor do que ir até o aeroporto. Já em Verona, onde aluguei outro carro, tem uma filial deles a 1km da estação de trem; em Perúgia tem uma filial bem na estação de trem. Após encontrar a filial mais próxima do local onde você estiver hospedado, vá de novo ao site da Rental Cars e selecione esse local como retirada ou devolução.
Outra dica importante é: faça sempre o seguro total com cobertura completa e zero franquia. Isso porque a franquia normalmente de quase todas as empresas é de 8.000 euros. Sim, o preço de um carro zero aqui no Brasil! Então qualquer coisa que aconteça com o carro você tem que pagar o conserto de qualquer maneira, já que a franquia é mais alta do que o próprio conserto! Não faz o menor sentido uma franquia tão alta! Então faça o seguro total. É mais caro, mas é a única forma de não ir à falência depois. E não pense que estando na Europa você está seguro: enquanto estava lá, um casal de amigos foi assaltado em Torino. Quebraram o vidro do carro estacionado e levaram a mochila com tudo. Como eles tinham o seguro completo não precisaram pagar nada, mas imagina se fosse esse seguro básico? Não vale a pena arriscar!
MAS ATENÇÃO: Se você fechar o seguro completo pelo site da Rental Cars, a cobertura não é automática, ou seja: qualquer coisa que aconteça com o carro você paga o estrago e depois a Rental Cars te reembolsa. Tenso, né? Já fazendo o seguro total com a empresa, na hora de retirar o carro você tem cobertura automática em caso de sinistro. Então reserve na Rental Cars com a cobertura básica e lá na hora da retirada peça o upgrade com a própria companhia para o seguro completo.
Lembrando que você precisa ter a permissão internacional (PID) para dirigir na Itália. É imprescindível!
Bom agora que o carrinho está alugado e devidamente segurado vamos às estradas!
Pedágios, ou “Pedaggio”
Os pedágios na Itália são bem diferentes do Brasil… ao entrar numa auto estrada, saindo de uma cidade, você tem um guichê de pedágio sem funcionário nenhum, apenas uma máquina que emite um bilhete. Esse bilhete só vai ser pago no próximo pedágio de entrada na próxima cidade que você for. Assim você paga apenas o trecho certinho que percorreu na estrada. Justo, certo? Mas os preços são bem carinhos… Por exemplo: de Cremona, perto de Milão, até Lucca, na Toscana, pagamos exatos 23,50 euros. E foi uma viagem de apenas 2 horas e meia! Imagine que na estrada Rio-SP, que dura 6 horas, você paga um total de R$ 70 de pedágio. TENSO! Mas na Toscana os valores são bem menores e de uma cidadezinha pra outra as vezes nem tem pedágio, só se cair na auto estrada grande mesmo!
Ao se deparar com essa máquina, apenas retire o bilhete e a catraca vai abrir. Guarde o bilhete com amor e carinho até chegar no próximo pedágio. Ao chegar no próximo insira o bilhete na máquina e ela te mostra o valor a ser pago. Você pode pagar com moedas, notas de dinheiro ou cartão de crédito. Mas atenção: chegando no pedágio, já se dirija ao guichê que tem a opção de pagamento desejada conforme imagem abaixo:
Esse com tarja amarelo escrito Telepass é o “Sem parar”, ou “Onda livre” dos italianos. Não passe por essas faixas.
As outras opções estão mais explicadinhas aqui:
Tá em italiano mas dá pra entender né, gente… O azul é pagamento com cartão, e chegando nessa catraca vai ter um auto-serviço pra você inserir o cartão de crédito.
Os outros brancos são pagamento em dinheiro. Quando tem a mãozinha é porque tem uma pessoa pra receber, sem a mãozinha é só a máquina e você põe as moedas e notas (então nesse caso é bom o dinheiro estar mais contado).
Essa é a aparência da maioria das máquinas. Onde marquei de vermelho é onde você insere o bilhete, aí ele mostra o valor a ser pago. Você coloca as moedas onde eu marquei de verde e as notas logo abaixo.
De todas as estradas que peguei, apenas uma tinha alguém no guichê pra receber os pagamentos. A maioria era com essas máquinas automáticas. Então procure sempre ter o dinheiro mais ou menos trocado na carteira, ou pague no cartão de crédito. A máquina dá troco, mas não muito alto, não vá tentar pagar 5 euros com uma nota de 100 que não vai dar certo, rsrs.
Bom, agora que você já alugou o carro e aprendeu a pagar os pedágios, vamos abastecer:
Abastecimento
O combustível na Itália é diferente do Brasil. Lá tem a benzina e o diesel e, pelo que eu entendi, apenas isso! A benzina é “sem chumbo”, ou “senza piombo” em italiano. Quando você aluga o carro normalmente, vem escrito que o combustível é o “senza piombo” ou seja, a benzina (identificada pela cor verde nos postos). Fique bem ligado para não abastecer errado; um amigo meu abasteceu o carro com diesel na Toscana e foi a maior dor de cabeça. Esse erro pode acontecer, pois temos que abastecer o carro sozinhos nos postos e alguns realmente não tem ninguém pra ajudar. Em outros até tem, mas é mais caro se o frentista colocar pra você. Então bora economizar e fazer sozinho que não tem erro! Retire a mangueira da bomba (com atenção pra não pegar a do diesel), e escolha na máquina se quer 5, 10, 15, 20 euros, ou “tanque cheio” que é “pieno”. Coloque a mangueira no carro e pressione o gatilho até ele destravar sozinho. Pronto! Aí você vai na lojinha de conveniência, informa a sua bomba, eles te dizem o valor e você paga lá mesmo.
O valor do combustível gira em torno de 1,50 euros o litro. Ou seja: 6 REAIS o litro!!! Bem mais caro que no Brasil! Mas país desenvolvido é assim né gente, combustível e pedágios caros, mas transporte público de qualidade pra desencorajar o uso do carro.
As marcas mais comuns de combustível lá são o posto Agip ou o Tamoil, mas em Roma vi vários outros postos mais baratos na rua. O engraçado é que o posto lá é só uma bomba no meio da calçada, rsrs. Você para o carro no meio do vuco vuco do trânsito de Roma pra abastecer. Meio tenso.
Bom, carrinho abastecido, vamos agora aprender a estacionar.
Estacionamento ou “parcheggio”
Na Toscana todas as cidadezinhas são muradas, medievais, e não pode entrar carro, a não ser os carros autorizados dos próprios moradores. Você precisa estacionar fora das muralhas e entrar a pé na cidade. Ao redor de todas as cidades tem zonas de estacionamento bem sinalizadas com um P azul e normalmente o nome do estacionamento tipo “Parcheggio 1, 2, 3”, “Parcheggio A, B, C” ou “Parcheggio fulano de tal”. Grave o nome do Parcheggio e do portão por onde você entrou na cidade pra saber voltar depois! Ao estacionar, procure o parquímetro mais próximo. No parquímetro, use moedas para pagar e escolha quanto tempo quer ficar: 1, 2, 3, 4, 5 horas. Sempre tem escrito no parquímetro quanto vale cada hora, então coloque o valor correspondente ao tempo que quer ficar e aperte o botão para emitir o bilhete. Ele dá troco, mas alguns tem um limite de quanto ele pode dar. Aí ele emite o bilhete e você coloca dentro do carro no vidro, para ficar visível aos fiscais.
Ao adentrar os portões da cidade, você verá essa sinalização de ZTL, Zona de tráfico limitada, ou seja, só para veículos autorizados. Nunca, em hipótese alguma, entre com o carro numa ZTL: a multa é altíssima, tipo de ir à falência mesmo!
Em alguns lugares, junto da placa avisando da ZTL vai ter também um letreiro luminoso indicando se o varco está ativo ou inativo, ou seja: se estiver ativo significa que a ZTL está ativa e você não pode entrar. Se estiver inativo, aí tudo bem, pode entrar com o carro.
Trem
Agora, se no meio do seu roteiro você vai pegar trens em alguns momentos e não vai ficar só de carro o tempo todo, minha dica é: viaje leve! Os trens tem compartimentos para bagagem iguais aos dos aviões, só cabem aquelas malinhas de mão pequenas. Se você estiver com mala média ou grande, ela vai ter que ficar na parte inicial dos vagões, onde tem um espaço para malas grandes, mas que enche super rápido! Além disso, tem vagão que nem tem esse espaço e você teria que deixar sua mala em outro vagão!
Outra coisa: as malas grandes não passam no meio do corredor entre as poltronas, nem adianta tentar que vai passar vergonha. Se estiver com mala grande, você vai ter que sair do vagão e andar por fora do trem até chegar no próximo vagão onde tem espaço pra ela. Num dia de pressa, pronto: você já perdeu o trem. Além disso, na hora da correria pra pegar o trem é bem melhor estar carregando pouca bagagem, né? Vi muita gente ficando pra trás na estação porque estava com malão e não tinha agilidade pra correr pro trem. Europa é sinônimo de mala pequena! Você sempre pode lavar as roupas nas lavanderias que tem em todas as cidades. E se quiser fazer compras e trazer pro Brasil compre uma mala lá pra trazer tudo e tente deixar as compras para o último dia.
Outra dica é sobre os bilhetes… Se você comprar pela internet, use o site de Trenitalia que é o site oficial dos trens. Caso queira comprar na hora, tem milhões de máquinas de auto serviço nas estações. E tem pouquíssimos ou nenhum funcionário pra te atender, tem que se virar sozinho nas máquinas mesmo. Quando você compra pela internet vem escrito normalmente o número do seu assento e do vagão. Obedeça isso, sente no lugar certo e imprima e guarde o bilhete, porque o fiscal SEMPRE vem pedir. Já se você comprar na hora, nas máquinas de auto serviço, às vezes nem vem escrito o número do vagão nem o horário do trem nem nada, apenas o nome do trecho. Isso significa que você pode pegar qualquer trem naquele trecho em qualquer horário. Ou seja, perdeu o trem não tem problema, pega o seguinte. Mas isso apenas se o seu bilhete não estiver escrito nada a respeito de horário e assentos, ok? Atenção!
Ônibus e metrô
Dentro dos ônibus, VLT e metrô nunca tem ninguém pra vender o bilhete, é tudo auto-serviço. Você põe as moedinhas lá na maquininha e compra o bilhete. Ande sempre com moedas pra comprar os bilhetes e depois de comprar guarde à mão porque sempre vem um fiscal. Em Roma não tem máquinas dentro dos ônibus, você tem que comprar os bilhetes fora, em lojinhas tipo tabacarias. Achei bem pouco prático, mas é assim. Compre logo vários bilhetes pra não se preocupar mais com isso ou então use o Roma Pass, que é uma mão na roda mesmo! Além disso, no Roma Pass vem o mapa da cidade e o mapa do sistema de transporte, trens, VLT e metrô, então é super útil!
Em todos os pontos de ônibus tem letreiro eletrônico mostrando quantos minutos faltam pra chegar o próximo ônibus e ele chega certinho. Nos VLTs a sinalização também é ótima, no ponto ele te informa onde você está e pra onde ele está indo, e também quais são as próximas paradas. Perfeito! Amei o sistema de transporte da Itália e achei facílimo andar por lá, não tive nenhum problema de ficar perdida, ou não conseguir entender qual condução pegar.
É isso pessoal: planeje bem seu roteiro, tente comprar as passagens de trem e alugar o carro com antecedência, que não vai ter erro!
Boa viagem!